terça-feira, 24 de janeiro de 2012

IV Domingo depois da Epifania

Dominica IV. post. Epiphaniam


2ª classe - Paramentos verdes

Obs.: Os cantos seguem todos iguais ao do 3º Domingo depois da Epifania


Introitus - Adorate Deum - Sl. 96, 7-8

Adorate Deum, omnes Angeli ejus: audívit, et laetáta est Sion: et exsultavérunt fíliae Judae. Dóminus regnávit, exsúltet terra: laeténtur ínsulae multae. ℣. Glória Patri.
Adorai a Deus, todos os seus Anjos. Sião ouve e se alegra. Exultarão as filhas de Judá. O Senhor reinou, exulte a terra e alegrem-se as muitas ilhas. ℣. Glória ao Pai.

Oratio (Coleta)

Deus, qui nos, in tantis perículis constitútos, pro humána scis fragilitáte non posse subsístere: da nobis salútem mentis et córporis; ut ea, quæ pro peccátis nostris pátimur, te adjuvánte vincámus. Per Dóminum nostrum Iesum Christum Fílium tumm, qui tecum vivit et regnat in unitáte Spíritus Sanctis Deus, per ómnia sǽcula sæculórum. ℟. Amen.
Deus, que sabeis que não podemos subsistir pela humana fragilidade a tamanhos perigos que nos rodeiam, dai a saúde à nossa mente e ao nosso corpo, para vencermos, ajudados por Vós, o que por nossos pecados padecemos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, Deus, que conVosco vive e reina na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. ℟. Amém.

Epístola (Romanos 13, 8 - 10)
Léctio Epístolæ B. Pauli Apóstoli ad Romános

Irmãos, a ninguém fiqueis devendo coisa alguma, a não ser o amor recíproco: porque aquele que ama o seu próximo cumpriu toda a Lei. Pois os preceitos: Não cometerás adultério, não matarás, não furtarás, não cobiçarás, e ainda outros mandamentos que existam, eles se resumem nesta palavra: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. O amor não prejudica ao próximo. O amor é o pleno cumprimento da Lei.
R. Deo Grátias.

Gradual - Timébunt gentes - Sl. 101, 16-17

Timébunt gentes nomen tuum, Dómine, et omnes reges terrae glóriam tuam. V. Quóniam aedificávit Dóminus Sion, et vidébitur in majestáte sua.
Os povos, Senhor, temerão o vosso nome e os reis da terra a vossa glória. V. Porque o Senhor mandou edificar Sião para nela se revelar com toda a majestade do seu poder.


Aleluia - Dóminus regnávit, exsúltet - Sl. 96, I

Allelúia, allelúia. V. Dóminus regnávit, exsúltet terra: laeténtur ínsulae multae. Allelúia.
Aleluia, aleluia. O Senhor é Rei; exulte a terra de alegria e rejubile-se a multidão das ilhas. Aleluia.

Evangelho (Mateus 8, 23 - 27)
Sequentia Sancti Evangélii secundum Mattháeum

R. Glória tibi, Domine.

Naquele tempo, Jesus subiu a uma barca com seus discípulos. De repente, desencadeou-se sobre o mar uma tempestade tão grande, que as ondas cobriam a barca. Ele, no entanto, dormia. Os discípulos achegaram-se a ele e o acordaram, dizendo: «Senhor, salva-nos, nós perecemos!». E Jesus perguntou: «Por que este medo, gente pobre de fé?». Então levantando-se, deu ordens aos ventos e ao mar; e fez-se uma grande calma. Admirados, diziam: «Quem é este homem a quem até os ventos e o mar obedecem»?.
R. Laus tibi, Christe.

Offertórium - Déxtera Dómini - Sl. 107, 16-17

Déxtera Dómini fecit virtútem, déxtera Dómini exaltávit me: non móriar, sed vivam, et narrabo ópera Dómini.
A destra do Senhor fez proezas, a destra do Senhor me exaltou. Não morrei, mas viverei e narrarei as obras do Senhor.

Secreta

Concéde, quǽsumus, omnípotens Deus: ut hujus sacrifícii munus oblátum fragilitátem nostram ab omni malo purget semper et múniat. Per Dóminum nostrum Iesum Christum Fílium tumm, qui tecum vivit et regnat in unitáte Spíritus Sanctis Deus.
Concedei, Vo-lo pedimos, Senhor onipotente, que a oblação de sacrifício desses dons defenda e proteja de todo o mal nossa fragilidade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, Deus, que conVosco vive e reina na unidade do Espírito Santo.

R. - Amém

Prefácio

Vere dignum et justum est, æquum et salutáre, nos tibi semper et ubíque grátias ágere: Dómine sancte, Pater omnípotens, ætérne Deus: Qui cum unigénito Fílio tuo et Spíritu Sancto unus es Deus, unus es Dóminus: non in unius singularitáte persónæ, sed in uníus Trinitáte substántiæ. Quod enim de tua glória, revelánte te, crédimus, hoc de Fílio tuo, hoc de Spíritu Sancto sine differéntia discretiónis sentímus. Ut in confessióne veræ sempiternǽque Deitátis, et in persónis propríetas, et in esséntia únitas, et in majestáte adorétur æquálitas. Quam laudant Angeli atque Archángeli, Chérubim quoque ac Séraphim: qui non cessant clamáre cotídie, una voce dicéntes:
É verdadeiramente digno e justo, racional e salutar, que nós sempre e em toda a parte Vos rendamos graças, Senhor Santo, Pai onipotente, Deus eterno. Que com o vosso unigênito Filho e o Espírito Santo, sois um só Deus, sois um só Senhor; não em unidade de uma só pessoa, mas na Trindade de uma só substância. Porquanto, o que de vossa glória, por vossa revelação, realmente cremos, sem diferença alguma, o mesmo do vosso Filho, o mesmo do Espírito Santo. Para que, na confissão da verdadeira e sempiterna Deidade, seja adorada a propriedade nas pessoas, a unidade na essência e a igualdade na Majestade. A Ela louvam os anjos e os Arcanjos, os Querubins e também os Serafins, que não cessam de cantar cada dia, dizendo a uma voz:


Communion - Mirabántur omnes - Lc 4,22

Mirabántur omnes de his, quae procedébant de ore Dei.
E admiravam-se todos das palavras que saiam da boca de Deus.

Postcommunio

Múnera tua nos, Deus, a delectatiónibus terrenis expédiant: et coeléstibus semper instáurent aliméntis. Per Dóminum nostrum Iesum Christum Fílium tumm, qui tecum vivit et regnat in unitáte Spíritus Sanctis Deus, per ómnia sǽcula sæculórum. ℟. Amen.
Vossos dons, ó Deus, desprendam-nos dos deleites terrenos e nos reanimem sempre, como alimento celestial. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, Deus, que conVosco vive e reina na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. ℟. Amém.

domingo, 22 de janeiro de 2012

III Domingo depois da Epifania

Dominica III. post Epiphaniam


2ª classe - Paramentos verdes


Introitus - Adorate Deum - Sl. 96, 7-8

Adorate Deum, omnes Angeli ejus: audívit, et laetáta est Sion: et exsultavérunt fíliae Judae. Dóminus regnávit, exsúltet terra: laeténtur ínsulae multae. ℣. Glória Patri.
Adorai a Deus, todos os seus Anjos. Sião ouve e se alegra. Exultarão as filhas de Judá. O Senhor reinou, exulte a terra e alegrem-se as muitas ilhas. ℣. Glória ao Pai.

Oratio (Coleta)

Omnípotens sempitérne Deus, infirmitátem nostram propítius réspice: atque, ad protegéndum nos, dexteram tuae majestátis exténde. Per Dominum.
Senhor eterno e onipotente, tende piedade da nossa fraqueza e estendei-nos para nos proteger a destra da vossa majestade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Epístola (Romanos 12, 16 - 21)
Léctio Epístolæ B. Pauli Apóstoli ad Romános

Meus irmãos: Não queirais ser sábios aos vossos olhos. Não torneis mal por mal a ninguém, procurando fazer bem, não só diante de Deus, mas também diante dos homens. Se é possível, tanto quanto depende de vós, tende paz com todos os homens. Não tireis vingança pessoal, ó caríssimos, mas dai lugar à ira de Deus, porque está escrito: a mim pertence a vingança; eu retribuirei, diz o Senhor. Antes, se o teu inimigo tem fome dá-lhe de comer; se tem sede, dá-lhe de comer; porque fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.
R. Deo Grátias.

Gradual - Timébunt gentes - Sl. 101, 16-17

Timébunt gentes nomen tuum, Dómine, et omnes reges terrae glóriam tuam. V. Quóniam aedificávit Dóminus Sion, et vidébitur in majestáte sua.
Os povos, Senhor, temerão o vosso nome e os reis da terra a vossa glória. V. Porque o Senhor mandou edificar Sião para nela se revelar com toda a majestade do seu poder.


Aleluia - Dóminus regnávit, exsúltet - Sl. 96, I

Allelúia, allelúia. V. Dóminus regnávit, exsúltet terra: laeténtur ínsulae multae. Allelúia.
Aleluia, aleluia. O Senhor é Rei; exulte a terra de alegria e rejubile-se a multidão das ilhas. Aleluia.

Evangelho (Mateust 8, 1 - 13)
Sequentia Sancti Evangélii secundum Mattháeum

R. Glória tibi, Domine.

Naquele tempo: Tendo Jesus descido do monte, uma grande multidão o seguiu. E eis que, aproximando-se um leproso o adorava, dizendo: Senhor, se tu queres, podes purificar-me. E Jesus, estendendo a mão, tocou-o dizendo: Quero, sê purificado. E logo ficou purificado da sua lepra. E Jesus disse-lhe: Vê, não o digas a ninguém, mas vai, mostra-te ao sacerdote, e faz a oferta que Moisés ordenou, para lhes servir de testemunho. E, tendo entrado em Carfarnaum, aproximou-se dele um Centurião, fazendo-lhe uma súplica, e dizendo: Senhor, o meu servo jaz em casa paralítico e sofre cruelmente. E Jesus disse-lhe: Eu irei e o curarei. Mas o Centurião, respondendo, disse: Senhor, eu não sou digno que entreis na minha casa; dizei, porém, uma só palavra, e meu servo ficará curado. Pois também eu sou um homem sujeito a outro, tendo soldados às minhas ordens e digo a um: vai, e ele vai; e a outro: vem, e ele vem; e ao meu servo: faz isto, e ele o faz. E Jesus ouvindo isto, admirou-se, e disse para os que o seguiam: Em verdade vos digo, não achei fé tão grande em Israel. Digo-vos, porém, que virão muitos do Oriente e do Ocidente, e se sentarão com Abraão e Isaac e Jacó nos reinos dos Céus, enquanto que os filhos do reino serão lançados nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes. Então disse Jesus ao centurião: Vai, e seja-te feito conforme creste. E naquela mesma hora ficou curado o servo.
R. Laus tibi, Christe.

Offertórium - Déxtera Dómini - Sl. 107, 16-17

Déxtera Dómini fecit virtútem, déxtera Dómini exaltávit me: non móriar, sed vivam, et narrabo ópera Dómini.
A destra do Senhor fez proezas, a destra do Senhor me exaltou. Não morrei, mas viverei e narrarei as obras do Senhor.

Secreta

Haec hóstia, Dómine, quáesumus, emúndet nostra delícta: et, ad sacrifícium celebrándum, subditórum tibi córpora mentésque sanctíficet. Per Dóminum nostrum.
Fazei, Senhor, que esta oblação nos lave dos nossos pecados, e nos santifique a alma e o corpo para celebrarmos este sacrifício. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.

R. - Amém

Prefácio

Vere dignum et justum est, æquum et salutáre, nos tibi semper et ubíque grátias ágere: Dómine sancte, Pater omnípotens, ætérne Deus: Qui cum unigénito Fílio tuo et Spíritu Sancto unus es Deus, unus es Dóminus: non in unius singularitáte persónæ, sed in uníus Trinitáte substántiæ. Quod enim de tua glória, revelánte te, crédimus, hoc de Fílio tuo, hoc de Spíritu Sancto sine differéntia discretiónis sentímus. Ut in confessióne veræ sempiternǽque Deitátis, et in persónis propríetas, et in esséntia únitas, et in majestáte adorétur æquálitas. Quam laudant Angeli atque Archángeli, Chérubim quoque ac Séraphim: qui non cessant clamáre cotídie, una voce dicéntes:
É verdadeiramente digno e justo, racional e salutar, que nós sempre e em toda a parte Vos rendamos graças, Senhor Santo, Pai onipotente, Deus eterno. Que com o vosso unigênito Filho e o Espírito Santo, sois um só Deus, sois um só Senhor; não em unidade de uma só pessoa, mas na Trindade de uma só substância. Porquanto, o que de vossa glória, por vossa revelação, realmente cremos, sem diferença alguma, o mesmo do vosso Filho, o mesmo do Espírito Santo. Para que, na confissão da verdadeira e sempiterna Deidade, seja adorada a propriedade nas pessoas, a unidade na essência e a igualdade na Majestade. A Ela louvam os anjos e os Arcanjos, os Querubins e também os Serafins, que não cessam de cantar cada dia, dizendo a uma voz:


Communion - Mirabántur omnes - Lc 4,22

Mirabántur omnes de his, quae procedébant de ore Dei.
E admiravam-se todos das palavras que saiam da boca de Deus.

Postcommunio

Quos tantis, Dómine, largíris uti mystériis: quáseumus, ut efféctibus nos eórum veráciter aptáre dignéris. Per Dóminum nostrum. R. Amen.
Senhor, que nos enriquecestes com o privilégio de tamanhos mistérios, dai-nos a graça de recolher em verdade o fruto que encerram. Por Nosso Senhor. R. Amem.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Os supremos princípios

Os supremos princípios


5. E, para tomarmos como ponto de partida aquela mesma Encíclica, que é quase toda consagrada a provar a divina instituição do matrimônio, a sua dignidade de sacramento e a sua inquebrantável perpetuidade, lembremos em primeiro lugar o fundamento que permanece intacto e inviolável: o matrimônio não foi instituído nem restaurado pelos homens, mas por Deus; não foi pelos homens, mas pelo restaurador da própria natureza, Cristo Nosso Senhor, que o matrimônio foi resguardado por lei, confirmado e elevado; por isso essas leis não podem depender em nada das vontades humanas nem sujeitar-se a nenhuma convenção contrária dos próprios esposos. É esta a doutrina da Sagrada Escritura (Gn 1, 27-28; 2, 22-23; Mt 19, 3 e seg.; Ef 5, 23 e seg.); é esta a constante e universal tradição da Igreja, esta a definição solene do Sagrado Concílio de Trento, que, tomando as próprias palavras da Sagrada Escritura, proclama e confirma que a perpetuidade e a indissolubilidade do matrimônio, bem como a sua unidade e imutabilidade, provêm de Deus, seu autor (Conc. Trid. sess. 24).

6. Mas, embora o matrimônio por sua própria natureza seja de instituição divina, também a vontade humana tem nele a sua parte, e parte notabilíssima; pois que, enquanto é a união conjugal de determinado homem e de determinada mulher, não nasce senão do livre consentimento de cada um dos esposos: este ato livre da vontade por que cada uma das partes entrega e recebe o direito próprio do matrimônio (Cf. Cod. Iur. Can. c. 1081, § 2) é tão necessário para constituir um verdadeiro matrimônio, que nenhum poder humano o pode suprir (Cf. Cod. Iur. Can. c. 1081, § 1). Esta liberdade, todavia, diz respeito a um ponto somente, que é o de saber se os contraentes efetivamente querem ou não contrair matrimônio e se o querem com tal pessoa; mas a natureza do matrimônio está absolutamente subtraída à liberdade do homem, de modo que, desde que alguém o tenha contraído, se encontra sujeito às suas leis divinas e às suas propriedades essenciais. O Doutor Angélico, dissertando acerca da fidelidade conjugal e da prole, diz: “No matrimônio estas coisas derivam do próprio contrato conjugal, de tal modo que, se no consentimento que produz o matrimônio se formulasse uma condição que lhe fosse contrária, não haveria verdadeiro matrimônio” (Sum. Theol. part. III, Suplem., q. XLIX, art. 3.º).

7. A união conjugal é, pois, acima de tudo, um acordo mais estreito que o dos corpos; não é um atrativo sensível nem uma inclinação dos corações o que a determina, mas uma decisão deliberada e firme das vontades: e desta conjunção dos espíritos, por determinação de Deus, nasce um vínculo sagrado e inviolável.

8. Esta natureza própria e especial do contrato o torna irredutivelmente diferente das relações que têm entre si os simples animais, sob o único impulso de um cego instinto natural, em que não existe nenhuma razão nem vontade deliberada; torna-o totalmente diferente, também, dessas uniões humanas irregulares, realizadas fora de qualquer vinculo verdadeiro e honesto por vontades destituídas de qualquer direito de convívio doméstico.

9. Em virtude disto, claro está que a autoridade legítima tem o direito e até o dever de proibir, impedir e punir as uniões vergonhosas que repugnam à razão e à natureza; mas, como se trata de algo que resulta da própria natureza humana, não é menos certa aquela própria advertência, dada pelo Nosso Predecessor Leão XIII, de feliz memória (Enc. Rerum Novarum, 15 de maio de 1891): “Na escolha do gênero de vida, não há dúvida de que todos têm liberdade plena e inteira ou de seguir o conselho de Jesus Cristo relativo à virgindade, ou de se ligar pelo vínculo matrimonial. Nenhuma lei humana poderia tirar ao homem o direito natural a primordial do casamento, ou limitar de qualquer modo aquilo que é a própria causa da união conjugal, estabelecida desde o princípio pela autoridade de Deus: “crescite et multiplicamini” (Gn 1, 28).

10. Por isso, a união santa do verdadeiro casamento é constituída, ao mesmo tempo, pela vontade divina e humana: de Deus vem a própria instituição do matrimônio, os seus fins, as suas leis e os seus bens; com o auxílio e coadjuvação de Deus, é aos homens, mediante o dom generoso que uma criatura humana faz a outra da sua própria pessoa, por todo o tempo da sua vida, que se deve qualquer matrimônio particular, com os deveres e benefícios estabelecidos por Deus.

Divisão da Encíclica

Divisão da Encíclica


4. Resolvemos, pois, falar-vos, Veneráveis Irmãos, e, por meio de vós, a toda a Igreja de Cristo e até a todo o gênero humano, a respeito da natureza do matrimônio cristão, da sua dignidade, das vantagens a benefícios que dele dimanam para a família e para a própria sociedade humana; dos gravíssimos erros contrários a esta parte da doutrina evangélica, dos vícios contrários à vida conjugal, e, enfim, dos principais remédios que é mister empregar, seguindo os passos do Nosso predecessor de feliz memória, Leão XIII, cuja Carta Encíclica Arcanum (Enc. Arcanum divinae sapientiae), acerca do matrimônio cristão, publicada há 50 anos, fazemos Nossa e confirmamos pela presente Encíclica; e declaramos que, se expomos mais largamente alguns pontos de acordo com as condições e necessidades da nossa época, aquela Encíclica não só não se tornou obsoleta mas conserva seu pleno vigor.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Saudação e bênção apostólica

ACERCA DO MATRIMÔNIO CRISTÃO

Casti connubii


CARTA ENCÍCLICA

aos Veneráveis Irmãos Patriarcas, Primazes, Arcebispos, Bispos a outros Ordinários em paz e comunhão com a Sé Apostólica: acerca do Matrimônio Cristão em face das atuais condições, exigências, erros e vícios da família e da sociedade

PAPA PIO XI

Veneráveis Irmãos:

Saudação e bênção apostólica
1. Quão grande seja a dignidade da casta união conjugal, podemos principalmente reconhecê-lo, Veneráveis Irmãos, pelo fato de Cristo, Nosso Senhor, Filho do Pai Eterno, tendo tornado a carne do homem decaído, não só ter incluído, de forma particular, o matrimônio — princípio e fundamento da sociedade doméstica e até de toda a sociedade humana — naquele desígnio de amor por que realizou a universal restauração do gênero humano; mas, depois de o ter reintegrado na pureza primitiva de sua divina instituição, tê-lo elevado à dignidade de verdadeiro e “grande” (Ef 5, 32) sacramento da Nova Lei, confiando, por isso, toda a sua disciplina e cuidado à Igreja, Sua Esposa.

2. Para que, todavia, esta renovação do matrimônio produza, em todos os povos do mundo inteiro e de todos os tempos, os seus desejados frutos, é preciso, primeiro, que as inteligências humanas se esclareçam acerca da verdadeira doutrina de Cristo a respeito do matrimônio; e convém ainda que os esposos cristãos, fortificada a fraqueza da sua vontade pela graça interior de Deus, façam concordar todo o seu modo de pensar e de proceder com essa puríssima lei de Cristo, pela qual assegurarão a si próprios e à sua família a verdadeira felicidade a paz.

3. Mas, ao contrário, quando desta Sé Apostólica, como de um observatório, olhamos à nossa volta, verificamos na maior parte dos homens, com o esquecimento desta obra divina de restauração, a ignorância total da altíssima santidade do matrimônio cristão. Vós o verificais, tão bem como Nós, Veneráveis Irmãos, e o deplorais conosco. Desconhecem essa santidade, ou a negam impudentemente ou, ainda, apoiando-se nos princípios falsos de uma moralidade nova e absolutamente perversa, a calcam aos pés. Esses erros perniciosíssimos e esses costumes depravados começaram a espalhar-se até entre os fiéis e pouco a pouco, de dia para dia, tendem a insinuar-se no meio deles; por isso, em razão da Nossa missão de Vigário de Cristo na terra, de Supremo Pastor e Mestre, julgamos que Nos compete levantar a Nossa voz Apostólica para afastarmos dos pascigos envenenados as ovelhas que Nos foram confiadas, e, tanto quanto em Nós caiba, conservá-las imunes.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Apresentação

Casti connubii


Apresentação

Casti Connubii é uma encíclica promulgada pelo Papa Pio XI em 31 de dezembro de 1930. Reitera a santidade do matrimônio e proibe aos católicos o uso de qualquer forma artificial de controle de natalidade e reafirma a proibição do aborto. Explana ainda sobre a autoridade da doutrina da Igreja em questões morais e advoga a cooperação entre o poder civil e a Igreja.

Conteúdos da Encíclica

Santidade do matrimônio
A encíclica enfatiza a santidade do matrimônio afirmando que é um bem em si e uma vocação e que a vida conjugal pode ser tão santificada quanto o celibato. Critica fortemente o eugenismo e as leis eugênicas, lembrando que a família é anterior ao Estado.
Reafirma também o magistério da Igreja que se opõe ao adultério e ao divórcio. Afirma que o ato conjugal deve sempre estar aberto à vida e não deve ser frustrado o poder de gerar a vida deliberadamente.

Impacto
Casti Connubii é muito notada pela sua posição fortemente oposta à contracepção através de controle de natalidade por meios artificiais. Este documento bem como a Humanae vitae representam bem o ensino do Magistério da Igreja sobre a matéria.

A cultura da morte não será vencida até que se arrependam da prática da contracepção. - Brian Murphy

terça-feira, 10 de janeiro de 2012