quarta-feira, 19 de maio de 2010

Introdução

Introdução


O tratado "De Cura pro Mortuis Gerenda" (O Cuidado Devido aos Mortos) foi escrito por Santo Agostinho em 421, como resposta a uma consulta feita pelo bispo Paulino de Nola. A questão que origina o opúsculo é se os fiéis tiram algum proveito de ter seu corpo inumado junto ao túmulo de algum santo, responde que sacrifícios e orações pelos mortos só fazem sentido se os defuntos viveram de modo a merecer tirar proveito de tais atos.
Além de responder a estas questões, o bispo de Hipona trata de outras questões relacionadas à morte, como a aparição dos mortos.
Embora a pergunta fosse, de certa forma, simples, Santo Agostinho aborda uma série de fatos importantes e interessantes a respeito dos mortos, que até hoje são conservados e respeitados pela Igreja. Entre outras coisas, fala da utilidade da oração pelos mortos (antiquíssimo testemunho do Purgatório, ainda que tal palavra não apareça), a possibilidade da aparição dos mortos aos vivos (através do ministério dos anjos ou por permissão direta de Deus), a oração dos santos falecidos a nosso favor, o dia que a Igreja dedica a todos os falecidos (Dia de Finados), etc.
É obrigatória a leitura desta obra por todos os cristãos de boa vontade; podemos crer que, se Lutero e Calvino - grandes admiradores de Santo Agostinho - tivessem lido este tratado com o cuidado que merece (se é que tiveram acesso a ele), certamente o protestantismo não teria se afastado tanto da belíssima doutrina da Comunhão dos Santos, verdade bíblica conservada desde o princípio pela Igreja de Cristo. Contudo, podemos louvar a Deus pelo fato de algumas igrejas cristãs - principalmente entre os luteranos, anglicanos e reformados - estarem, aos poucos, resgatando essa verdade, como podemos depreender das recentes declarações conjuntas a respeito da Virgem Maria e a Comunhão dos Santos.

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